O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou da cerimônia de abertura do 7º Congresso Interno da Fundação Oswaldo Cruz – instância máxima de decisão dos trabalhadores da instituição, que se reúne a cada quatro anos para deliberar sobre assuntos estratégicos da Fiocruz. O evento aconteceu nesta terça-feira (19/8), no Campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. Chioro destacou a relevância dessa forma de organização democrática, que poderia ser adotada por outras instituições públicas do país. Também participaram da cerimônia o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha; o secretário de saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Musafir; e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
“A Fiocruz mostrou, ao longo da sua trajetória, que uma instituição complexa e abrangente pode se envolver em diferentes processos participativos, nos quais o conjunto de dirigentes e de trabalhadores que a compõem se compromete com as discussões dos rumos de curto, médio e longo prazo de todas as instituições do país”, afirmou o ministro. “Ao refletir sobre a atuação de uma instituição em longo prazo, esse coletivo é obrigado a repensar os rumos de desenvolvimento social e econômico do próprio país”, completou.
Chioro destacou a importância do tema do 7º Congresso: Conhecimento e inovação para a saúde, desenvolvimento e cidadania. “A escolha revela, mais uma vez, a abrangência dos desafios que estão colocados para a Fiocruz e, consequentemente, para o país como um todo”, disse. O ministro citou vários dos desafios propostos pelo tema: a necessidade de qualificar as redes de atenção em saúde e a gestão hospitalar; a importância de aprimorar a discussão sobre proteção, promoção e vigilância no âmbito do cuidado em saúde; de repensar os atuais instrumentos de participação e controle social existentes no campo da saúde; de refletir sobre a articulação entre o setor público e privado; e o complexo industrial de saúde, entre outros.
Visão de futuro
“Temos muito que superar em relação às desigualdades, não só em relação ao acesso ao consumo, mas também quanto ao acesso aos direitos sociais, em particular ao direito à saúde”, ressaltou. Chioro apontou como desafio do Ministério da Saúde a complexidade do Sistema Nacional de Saúde e não apenas do Sistema Único de Saúde. “Interessa-nos muito que os resultados do 7º Congresso da Fiocruz atinjam os seus objetivos, não só para a instituição, mas para a Saúde do próprio país”, afirmou. “Assim, a Fiocruz sai na frente em processos, como a 15ª Conferência Nacional de Saúde, o Plano Plurianual (PPA) para a área da saúde e o Plano Nacional de Saúde”, completou.
O secretario de saúde do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Musafir, destacou que os trabalhadores da Fiocruz estão, mais uma vez, demonstrando sua importância para a sociedade como um todo. “Esta visão de futuro, inovação e progresso na área da ciência e da pesquisa que vocês fazem aqui contribui, e muito, para a qualidade de vida e saúde da população brasileira”, afirmou. Paulo Gadelha lembrou a história da gestão democrática e participativa na Fundação, com a instituição da instância Congresso Interno pelo então presidente Sergio Arouca, e a capacidade de renovação desse processo.
“Começamos sem nenhuma conformação legal até termos nosso estatuto aprovado”, lembrou Gadelha, que ressaltou a capacidade de a instituição de manter tradição e, ao mesmo tempo, avançar. “Estamos num processo muito significativo de renovação dos servidores com a realização de concursos regulares, realizados desde 2006, e hoje temos mais da metade do quadro composto de profissionais com vínculo permanente”, destacou ao saudar a participação de novos servidores como delegados. O Congresso Interno continua até sexta-feira (22/8), com trabalhos em grupo e novas plenárias.
Texto: Claudia Lima e Daniela Savaget – Fotos: Peter Ilicciev
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